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ASS: Pescador de Sonhos



sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Correspondência Viva

Já entreguei de tudo nesta vida, desde cartas de amor a bilhetes de seqüestro, desde boletos bancários a contas de luz e água, o que eu nunca havia entregado era uma correspondência viva.
Tudo começou no meu primeiro dia de trabalho numa empresa de correios depois de ser despedido da outra. Sendo o primeiro dia, teria que dar tudo certo: não poderia riscar o furgão, nem chegar atrasado na entrega, muito menos deixar de entregar algo, mesmo se a pessoa não puder assinar o recibo.
Contudo, para o meu azar, no meio das entregas havia uma caixa endereçada para uma cidade que ficava a léguas de distância da Vila Fim do Mundo. E o pior nesta caixa havia um selo escrito “carga viva”. Aquilo me deu um pressentimento tão ruim que minha vontade era largar o emprego, mas isso estava fora de cogitação, no meu primeiro dia pedir demissão era demais, tive que aceitar.
O meu novo patrão era muito autoritário não tinha nem como pedir para ele mudar de entregador, com certeza, com essa proposta, eu seria despedido.
Comecei as entregas, o meu trabalho estava light, a única coisa que me desanimava era quando eu abria a porta do furgão e via aquele selo incrustado na caixa: “carga viva”. Na verdade eu nem sabia se aquela carga estava realmente viva, não soltava um ruído sequer ou era muito educada e sabia se comportar numa viagem ou erraram de selo. Não havia perguntado para ninguém sobre aquela correspondência.
Já tinha ouvido que naquela empresa era comum esse tipo de entrega, porém pensava que eu não seria tão “sortudo” em dar de cara com uma caixa daquela tão cedo.
O dia foi passando minhas entregas foram se acabando e a única que faltava era a que me deixava mais apavorado.
No caminho da última cidade onde o meu tormento seria entregue, comecei a me roer de curiosidade. O que estava dentro daquela caixa? Será que um cachorrinho estava altamente dopado lá dentro, ou talvez um lindo gato siamês, tirando seu cochilo diário, poderia até ser uma cobra de estimação ou até uns ratinhos de laboratório. Poderia ser qualquer coisa, sendo ela viva.
Não pude conter a ansiedade, tinha que dar uma olhadinha de leve dentro da caixa, já não me importava se era ou não um crime violar correspondência alheia, na minha outra empresa havia aprendido a abrir uma caixa sem que alguém desconfiasse que ela foi aberta. Estava pronto para a minha façanha, uns cem metros de distância da cidade eu parei o furgão, sai do mesmo, abri a porta e vi a caixa solitária na imensidão do compartimento de cargas, ela estava lá, pedindo para que eu a abrisse, pedindo para que eu desvendasse seus segredos. E se era um pedido dela eu não poderia recusar.
Para a minha surpresa quando eu a abri vi o nada pairar sobre meus olhos a caixa estava repleta de vazio a única coisa que me deixava mentir era uma outra caixinha e esta de fósforos. Eu não acreditava que alguém iria mandar uma caixa de fósforos para uma cidade distante tendo nela o selo de carga viva. Eu rindo, fecho a caixa e retorno para o volante. Aquilo me desconcertava, dei a partida soltando gargalhadas, eu estava com medo de uma caixinha de fósforos.
Porém, na entrada da cidade, começo a me coçar constantemente, sorte que a casa, que na verdade era uma casa-teatro, era perto da onde eu estava, pois as coceiras estavam me matando.
Quando enfim, encontrei o endereço correto de onde eu entregaria a correspondência conto para o dono da casa que foi mandado para ele uma caixinha de fósforos, ele logo me pergunta preocupadamente se eu cheguei a abrir a caixinha e eu rindo respondo que sim, mas lá não existia nada, nisso ele começa e me xingar e eu sem entender nada ia recuando e me coçando.
Ao perceber meus gestos ele começa a dar gargalhadas até maiores do que a minha, quando descobri que o meu sofrimento era uma caixinha de fósforos. Depois de passar o seu estado eufórico ele tira um pedaço de metal que coloca na boca e assopra como se aquilo fosse um apito.
Após seus assopros me senti aliviado da coceira e vi no seu terno branco uns cinco pontinhos pretos, que segundo ele eram pulgas dançarinas, a apresentação mais importante da casa-teatro, e depois da explicação ele disse que ia me denunciar por violação da correspondência alheia.
E é por isso que eu fui preso aqui ontem.
_Há, há, há não acredito que você está preso por causa de cinco pulgas, agora só falta você dizer que eu vou ser solto amanhã para sua mentira estar completa.
_Não, mas é verdade. É o que eu sempre digo “A curiosidade matou o gato, fez um carteiro perder dois empregos, e agora, o fez ir para a cadeia”.

Um comentário:

Anônimo disse...

Vc e sua pitada de humor! rs QUASE que, literalmente, seu personagem procurou sarna pra se coçar... rsrs
bjim