Olá pescadores de plantão agradeço por passarem aqui no meu Lago dos Sonhos e peço pra que, se possível, vcs deixem comentários sobre os textos, afinal sem eles naum terá como eu saber se estão ou não gostando do blog.


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Bjus e espero que gostem


ASS: Pescador de Sonhos



sábado, 27 de junho de 2009

Anatomia do ciúme


Inversamente refletida nas retinas
A imagem daquele beijo ardente
Beijo dado entre os dois amantes
No qual os músculos dos lábios eram incessantes

Por meio de um nervo óptico
Tal imagem se codificou no cérebro
E dele saiu a mensagem
Contraíam-se outros músculos

Primeiro glândulas oculares
Expeliam o líquido lacrimal
Depois uma queda nos sentidos
E baixa na temperatura corporal

Após essa série de sentimentos
Um único comando trafega pelos nervos
Músculos retraíam e relaxavam
Um metal frio em contato com os dedos

Por mais certeiro que fosse
Não mais estaria certo
Por ver o amor acabado
Sentiu a morte ali perto

Assim de três fluíam
O viscoso líquido coagulado
Com seu único tom avermelhado
Cessando seu bater, o músculo cardíaco, estilhaçado.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A acre decisão


Seria como nascer-me novamente
Ver dessa terra brotar nova água
Saciar-me a sede e esquecer dessa mágoa
Que nos resseca o coração e a mente

Mas, hoje, nunca se vê comumente
O belo arco-íris é cinza chaga
A terra vermelha é igual a uma frágua
(Fornalha que nos ferve, engana e mente)

Invisíveis nuvens no azul do céu
Invisíveis rios no vermelho chão
Ensinam tomar a acre decisão

De fugir assim, como foge o réu
Correr assim, como corre o corcel
De tomar um prumo sem direção

domingo, 14 de junho de 2009

Anansi


Uma aranha tecelã
De tecer teias cansada
Subiu ao céu e a ele pediu
— Quero ser dono de suas histórias

Seu desejo seria concebido
Com a seguinte condição
Que vencesse os inimigos
E as três piores almas são:

O leopardo de dentes afiados
Que gostava de jogar
O qual Anansi venceu
Ao seus pés ele amarrar

Também, a víbora que engolia
Numa bocada só a humanidade
A qual Anansi venceu
Atiçando sua vaidade

O último era a vespa
E como fogo era sua ferroada
A qual Ananci venceu
Com a cabaça alagada

Por fim a Nyame levou
As marcas de sua vitória
E do Deus do céu ganhou
O poder de contar histórias

domingo, 7 de junho de 2009

O Breu


A noite bateu
De sua toca sai o breu
No silêncio, madrugada
Engole o dia até o nada

E em seus ramos à beira estrada
Preso pelas próprias pernas
Um filhote de pinheiro
Que pela luz ainda espera

E a cada carro que passa
Cada luz que lhe clareia
Aumenta-lhe a alegria
Que escorre da mão feito areia

Engolido novamente
Pelo breu, ali, voraz
Fica então a espera da luz
Mesmo que esta seja fugaz

Viu ao longe um vaga-lume
Que lutava contra o breu
Sua luz intensa e verde
No escuro se perdeu

Mas após reaparece
Mas o breu não desistia
A cada rajada de luz
Ele ia e a esquecia

E, por fim, ao longe, monte
Viu um raio resplandecente
Ele que como um rei
Nasce imponentemente

Todos riram do medo
Viram o breu sair correndo
E o pobre pinheirinho
Chorou com o sol ali nascendo