Olá pescadores de plantão agradeço por passarem aqui no meu Lago dos Sonhos e peço pra que, se possível, vcs deixem comentários sobre os textos, afinal sem eles naum terá como eu saber se estão ou não gostando do blog.


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Bjus e espero que gostem


ASS: Pescador de Sonhos



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Uma Jornada Para Vida - Parte V: A Descoberta

A despedida foi difícil, acordar e ver um lugar vazio era difícil, mas a Jornada continuava e mesmo com o peso da lembrança e da saudade teriam que concretizar a promessa feita no vilarejo, teriam que concluir todas as três provas. Agora num intervalo de tempo muito pequeno em comparação com o tempo que tinham antes: das trezentos e sessenta e cinco luas só tinham mais cem para completar a Jornada, vinte dias terrenos para receber o enigma da prova e concluí-la.
Passaram por diversos apuros e só pensavam em acabar a Jornada. Roni foi burro por ter escolhido sair desta Dimensão, mesmo conseguindo a vida, Dom Mortis iria fundir as duas dimensões se alguém não o derrotasse.
_ Droga! Cadê Celeste com a terceira prova?_ disse Clarisse preocupada com o tempo que ainda se restavam.
_ Calma mana, nós vamos conseguir_ disse Marcos tentando animar sua meio-irmã.
_ Vamos continuar, por todos que sofrem neste mundo_ disse John querendo por um fim na tirania de Dom Mortis.
_ Vamos continuar pelas nossas vidas e também por Roni que acabou desistindo da Jornada, mas mesmo assim continua sendo nosso amigo.
Quando Helena pronunciou o nome de Roni aquelas palavras ecoaram e cortaram as Nuvens de Pandora, nisso a imagem fosca e transparente do amigo querido aparece no ar dizendo em cortes.
_ Armadil... Cuida...
Logo a imagem desaparece e a de Celeste aparece, só que mais forte e nítida que a do Roni:
_ Meus quatro quase mortos, o dia do término da Jornada está próximo, seja ele bom ou mal para vocês_ Celeste faz uma breve pausa e logo volta a falar_ na terceira prova não haverá dilemas nem enigmas, só uma coisa irei falar, concluir a prova não será tarefa fácil o soberano do Mundo das Cinco Luas vocês terão que matar, onde e quando iram o encontrar, vão saber quando enfim a chuva chegar.
_ Como não haverá enigmas? O que é esse negócio de chuva?_ Helena diz cheia de dúvidas na sua cabeça.
_ Do mesmo modo que resolvemos as outras provas vamos resolver esta, a única dúvida que eu tenho é sobre o Roni que apareceu para nós todo machucado e não conseguia dizer uma palavra corretamente_ fala John preocupado com o estado de seu amigo.
_ Roni escolheu partir antes do término da Jornada, com certeza Serena está tentando pregar uma peça em vocês. Tchau e nos veremos quando concluírem a última prova_ nestas palavras como sempre Celeste some como uma névoa sendo soprada pelo vento.
Após a fada ter partido decidiram continuar a seguir as Nuvens de Pandora que só trouxeram uma chuva cinqüenta luas depois da última aparição de Celeste e com ela veio a seguinte notícia:
_ Todos os habitantes do Mundo das Cinco Luas estão sendo convocados para pagar o imposto de vida no Castelo da Neblina Negra.
Os quatro já sabiam que era lá onde Dom Mortis estaria e foram ao seu encontro para concluir a prova e em fim a Jornada.
Quinze luas depois a chuva descobriram onde ficava o tal castelo e passaram rapidamente pelos monstros que usavam a neblina da construção para atacar os que tentassem entrar sem o conhecimento do tirano e quando chegaram à sala do trono viram aquele ser que causava o terror naquele mundo e ao seu lado estava sua fiel serva: Serena.
_ Vejo que se atreveram a tentar concluir essa prova, espero que não pensem que vão conseguir. Desta vez eu nem vou tentar atrapalha-los, nunca conseguirão matar Dom Mortis_ disse Serena vangloriosamente sobre os nossos guerreiros.
_ Quieta fada inútil, se é a mim quem eles querem, sou eu quem deveria responder. Mas tenho que concordar que é grande o atrevimento desses quatro.
_ Sim nós nos atrevemos para salvar as duas dimensões_ disse John elevando a coragem do seu grupo.
_ Tolos! Pensam que sabem alguma coisa sobre esse mundo? Aquilo que meus servos falaram, sem meu conhecimento, não é nem a metade do que deveriam saber_ Dom Mortis diz com seu sorriso flamejante impregnando o ar com cheiro de enxofre_ quem entra no Mundo das Cinco Luas entra para nunca mais sair, eu adoro ver o desanimo tomar conta da face daqueles que não passam das provas e gosto ainda mais daqueles que olham para dentro do portal dimensional e vêem a sua Dimensão Natal, mas ao entrar por ele caem no meu calabouço e o melhor de tudo já acorrentados e prontos para começar a sessão de tortura.
_ O que? Então Roni...?_ Helena diz com uma cara de horror não terminando nem a sua fala.
_ Exatamente minha jovem, confesso que fiquei surpreso com a ligação forte que vocês têm, criando até uma espécie de dialogo telepático entre os cinco. Sorte que minha fada decaída logo criava uma interferência entre as suas conversas não é mesmo Serena, melhor dizendo, Celeste.
Quando Dom Mortis diz isso, Serena deixa a sua forma horrenda e assume a bela forma de Celeste que diz:
_ Olá meus jovens guerreiros_ após o deboche, solta uma breve gargalhada.
_ Celeste?! _ Diz Marcos indignado por ter sido enganado durante toda a Jornada.
_ Acho que vocês estão começando a entender um pouquinho do propósito da Jornada, mas preciso dizer só mais uma coisinha, eu fui o primeiro quase morto que habitou o Mundo das Cinco Luas, do mesmo modo de vocês meu corpo se desgrudou da alma quando eu morri e assim vim para esse mundo. No começo odiei esse lugar, mas com o tempo fui aprendendo os feitiços, as artes mágicas desta dimensão, e quanto mais eu aprendia mais forte eu ficava, assim quando absorvi todo o conhecimento mágico deste universo convenci os habitantes daqui a criar uma espécie de jornada para ajudar quem caísse nesse mundo a voltar para sua Dimensão Natal, todos adoraram a idéia, mas por trás de tudo isso, comecei a roubar a energia vital dos que aqui chegavam, no começo demorava-se para chegar novas almas, porém consegui usar a energia que eu roubava das pessoas e assim pude fazer viagens dimensionais, podendo assim criar ocasiões para uma quase morte, e foi assim que aconteceu com vocês, eu que soltei um dia antes os cintos de segurança daquele brinquedo, e por mim é que vocês estão presos neste mundo_ Dom Mortis faz esse discurso como se tivesse desatado um nó de sua garganta.
_ Ora seu Monstro!_ John sai correndo na direção do Tirano e aponta direto para ele sua Adaga.
_ Vejo que o heroísmo está nas suas veias_ Dom Mortis diz isso apontando o dedo direto para a arma de John, que se esfarela toda como se fosse uma rocha fraca e como ela todas as armas esfarelaram-se, e então continua no seu discurso_ ainda não estão satisfeitos, ainda não estão entendendo, quer que eu desenhe para vocês, desde quando pisaram nesta Dimensão já eram meus servos, todas as suas tentativas de me destruir era em vão, vocês só estavam fazendo um papel de heróis para o meu divertimento, uma pré-apresentação para o espetáculo maior “A Fusão das Duas Dimensões”, aonde a Imaginação e a Realidade irão se coincidir numa perfeita harmonia, mas claro comigo sendo o soberano do novo mundo essa harmonia se quebrará em tristeza e destruição, pena que ainda faltam sete dias ou como eles falam aqui trinta e cinco luas para eu fazer a Cerimônia da Fusão, mesmo a Jornada não existindo tenho que esperar o tempo continuar, porém melhor assim, já que poderei roubar o que resta de vitalidade em vocês, Sombras da Agonia joguem esses ditos heróis no calabouço daquele outro garoto.

Querida Matemática

(Este poema eh especialmente para a miha professora d matemática
que ficou com ciúmes por eu estar redigindo textos agora, lu este eh pra vc)

Como adoro ser exato,
Sem segundas intenções.
Gosto de ir direto ao ponto,
Sem rodeios e explicações.

De ter uma só resposta,
Sem gerar mil confusões.
De pensar logicamente
De pensar nas soluções.

Nossos cérebros fervilham,
Nossas mentes adormecem,
Pensando na matemática,
Que de nós nunca se esquece.

Ela parece um tormento
Para todos que não a entende,
Na verdade é amiga
Para agora e para sempre.

Ela rege a nossa vida
Com cálculos complicados
E suas formas geométricas
São reflexos do passado.

Os seus paralelepípedos,
Seus retângulos e esferas
Constituem nosso planeta,
O nosso planeta Terra.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Uma Jornada Para a Vida - Parte IV: A despedida

Todos no mundo das cinco luas adoravam os nossos jovens, eles seriam a chance de liberdade para todos daquele mundo, mesmo a liberdade sendo uma morte era melhor do que aquele lugar, mas nenhum dos nossos guerreiros ficava contente com aquilo, a responsabilidade era grande, se fracassassem não seriam só eles que iriam sofrer da tirania de Dom Mortis, agora mais do que nunca teriam que concluir a Jornada.
A festa para comemorar a primeira prova durou cinco luas, a felicidade era geral até os novos quase mortos se divertiram. Logo após o término da festa eles partiram incansavelmente para o norte, e seguiram para esse caminho durante setenta e cinco luas, tendo assim passados quinze dias da chegada deles na vila, enquanto caminhavam tinham na cabeça um único pensamento: a segunda prova.
_ Do que nos adiantou terminar a primeira prova treze dias após termos começado a Jornada se a segunda está demorando muito para aparecer?_ diz o pessimista da turma que não recebeu resposta alguma, todos estavam preocupados pela mesma razão: como iriam concluir em setenta e três dias terrenos a Jornada, se as provas não começassem nesse intervalo de tempo.
Ao cair da noite todas as cinco luas pairavam sobre a cabeça dos jovens. Na vila onde havia ocorrido a festa ouviram que seus amuletos eram uma das mais fortes armas já dadas durante uma Jornada, suas pedras preciosas eram partes que caíram das luas no mesmo dia da tomada do trono por Dom Mortis, assim cada um tinha um protetor nos céus:
Roni era protegido pela Lua de Chamarion, Marcos pela Lua de Térreon, Clarisse tinha como guarda a Lua de Ventis, Helena a Lua de Aquarion, e por fim a Lua de Mundus era a protetora de John.
Todos esses nomes eram dos cinco reis que governavam o Mundo das Cinco Luas, mas após a chegada de Dom Mortis estes foram presos e os habitantes nomearam as luas com seus nomes em forma de agradecimento e respeito aos verdadeiros reis da Dimensão da Imaginação.
Decidiram acampar a céu aberto num deserto de cristais que coloriam o céu com o reflexo das luas.
Os jovens já estavam dormindo menos Roni que se levantara para tomar um ar, olhou o céu para ver os desenhos dos cristais, voltou a cabeça para o chão e quando olhou de volta os desenhos, este tinha a forma de Celeste que disse:
_ O caminho mudou e não precisará de seus amigos para concluir a segunda prova, ande para Oeste lá achará essa prova.
Sem pensar duas vezes ele foi para Oeste não havia acordado ninguém, seguiu sem deixar pistas, a única coisa que tinha deixado para trás era seus amigos.
O dia amanheceu e os quatro quase mortos deixados para trás acordaram e logo perceberam que a cama de Roni não estava mais lá, até Roni havia desaparecido. Procuraram num raio de trinta metros e voltaram sem nada e quando os quatro se reuniram no acampamento uma luz saiu dos cristais jogados no chão formando novamente Celeste:
_ Seu amigo foi enganado, Serena o confundiu, disse a ele que o caminho da prova foi mudado e pelo Oeste ele seguiu_ e continuou_ a dica da segunda prova é a seguinte, sigam para o norte como de costume, ou sigam o que seus corações mandar, dois caminhos podem levar a um mesmo lugar, concluirão a prova se a amizade for maior.
Como da primeira vez não entenderam nada do enigma, mas do aviso de que Roni foi enganado entenderam muito bem, e como ele, seguiram para oeste.
Estavam indo numa direção contrária a da prova, mas a amizade entre eles era o maior laço que os unia não importava se uma era reclamona ou se outro era pessimista, uma era simplesinha ou se o outro era egocêntrico, nem a prova importava mais, só o que importava era a amizade dos cinco.
Andaram uns dez quilômetros até chegarem numa cidade fantasma, ou melhor, uma cidade de fantasmas, a morada dos fantasmas degolados, que eram espíritos que arrancavam as cabeças do corpo de suas vítimas para usá-la em si mesmo, e também das mortes ambulantes, outro espírito só que esse era negro e possuía um olhar que poderia levar qualquer um ao suicídio.
Não tinham nem idéia de onde estavam se metendo, um leve suspiro cortava suas gargantas e saía em forma de fumaça, todo o ar estava ficando mais denso tudo era silencio.
Quando não conseguiam mais ver nada olharam para o fundo daquela neblina densa e viram dois pontos vermelho sangue que iam aumentando de tamanho e vinha em suas direções.
Clarisse conseguiu ver rapidamente seu irmão e este já havia pegado uma pedra pontiaguda do chão e estava apontando para o peito, num piscar de olhos ela invocou o poder de seu Anel, e fez toda a neblina desaparecer, conseguiu salvar Marcos quando ele estava prestes a cravar aquela pedra no seu peito.
John e Helena mais que rapidamente afugentaram a morte ambulante, mas não foi o suficiente logo os quatro foram rodeados por vários dos dois tipos de espírito mais perigosos do Mundo das Cinco Luas, Marcos já curado do transe faz uma cúpula de areia envolta de seus amigos.
Nisso ouvem uma voz conhecida:
_ Deixem meus amigos em paz _ a voz de Roni cortava aquela cúpula de rocha.
Saíram do escudo de Marcos e olharam para o telhado de uma casa e lá estava ele usando sua Coroa.
_ Roni você está bem?_ disse Helena.
_ Como conseguiu espantar os espíritos?_ perguntou John.
_ Foi fácil, os fantasma daqui temem o fogo_ e ele continua_ Por que me seguiram Celeste disse para mim que eu teria que vir sozinho?
_ Não era a Celeste era a Serena que estava te enganando_ Marcos responde a pergunta de Roni.
_ E como vocês sabem se a que apareceu para vocês não era a Serena.
_Ora porque... porque... a gente tem certeza_ responde Clarisse indecisamente.
_ Mas isso não importa agora, já que estamos juntos novamente temos que desvendar o enigma sendo ele da Celeste ou da Serena_ disse o manda-chuva do grupo.
_ Qual era a pista?_ Roni pergunta.
_ Era mais ou menos assim “Siga para o Norte, ou para onde o nosso coração mandar, dois caminho podem levar a um mesmo lugar, e vamos concluir a prova quando a amizade for maior”.
_ Ah! Então é isso! Vocês seguiram os seus corações até aqui por que a amizade entre nós é maior que a própria Jornada?
Quando Roni falou isso outro Roni apareceu se arrastando por detrás de um casarão:
_ Não acreditem... nela, ela é... a Serena que se transformou em mim.
_ Sua mentirosa, você tentou roubar a minha Coroa e eu te derrotei novamente.
_ E agora quem é o Roni verdadeiro?_ Marcos fala indecisamente.
_ Já sei vamos brincar de Dê um Passo à frente_ diz John bolando um plano.
_ Quer brincar numa hora dessa_ diz Clarisse.
_ Faça o que eu to falando.
Assim os quatro começaram a cantar uma musiquinha:
_ Vamos brincar de Dê um Passo à Frente, que o Roni de verdade de um passo à frente.
Nisso o Roni que estava com a Coroa muda o seu passo, numa velocidade imensa ele leva um chicote de água bem na barriga e quando cai mostra sua verdadeira forma:
_ Como vocês descobriram, eu quem dei um passo à frente?
Para responder essa pergunta o verdadeiro Roni se levanta escorando nas paredes daquela casa velha:
_ No nosso mundo... quando brincávamos di... sso nós cantávamos... qualquer música e no final... falávamos para alguém dar... um passo a frente e esse... estaria fora do jogo.
_ Isso mesmo e agora você está fora do jogo_ John diz com seu Punhal na mão.
_ É o que vocês pesam, hoje descobri que as suas armas têm poderes quase invencíveis e com elas poderei derrotar facilmente todos vocês como fiz com seu amigo.
_ Disse bem, quase invencíveis.
Após John dizer isso, levanta o seu punhal e invoca o seu poder, ao mesmo tempo Serena invoca o poder da Coroa, mas o líder do grupo faz o mesmo ir contra quem estava o invocando, e esta era a Serena que deixa a relíquia cair e foge derrotada.
Após Serena sumir da vista dos cinco jovens, Celeste aparece resplandecente acima dos nossos guerreiros, num passe de mágica cura os ferimentos de Roni e ela fala:
_ Como presente da segunda prova terão a chance de voltar para a sua dimensão tendo assim sessenta e seis por cento de chance de vida, aceitam a proposta ou continuarão na Jornada.
Todos estavam sentindo o peso da responsabilidade em suas costas menos Roni com seu egocentrismo em alta disse sem pensar:
_ Eu aceito a proposta Celeste.
_ O que? E todos os que vivem nesse mundo? Só pensa em você? E nós? Vai nos deixar para trás?_ Helena fala com lágrima nos olhos.
_Venha comigo todos vocês, nunca teremos chances de terminar essa Jornada, com certeza chegarão outros quase mortos tão bons ou melhores que agente.
_ Espera aí o pessimismo é meu, você não tem nada que usá-lo. E como não conseguiremos, nós somos fortes e se formos agora, mais tarde Dom Mortis dominará as duas dimensões_ diz Marcos novamente mostrando que o pessimismo não era a única coisa que ele possuía.
_ É verdade Roni desta vez Marcos esta certo enfrentando ou não esta prova ainda iremos sofrer nas mãos deste tirano, não vá agora nós precisamos de você_ Clarisse diz do mesmo modo que Helena, chorando na despedida do amigo.
_ Pessoal se é isso que ele quer não podemos julgá-lo, mas vai ser melhor se ele for, não precisamos de alguém que não se importa com os outros_ John diz já com um peso enorme na sua consciência.
_ Agora não poderá voltar com a sua palavra, uma vez dito que quer sair deste mundo quando se termina uma das provas sairá sem que ninguém interfira, nem mesmo a pessoa que disse_ diz Celeste comovida com a cena, e continua_ e que assim seja a sua ordem ó Cavaleiro das Chamas, Senhor da Coroa de Chamarion.
Nestas palavras, Celeste abre uma fenda dimensional que o levou direto para o seu mundo ou era isso que os cinco pensavam onde ele estava indo.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Uma Jornada Para a Vida - Parte III: A Responsabilidade de Cinco Heróis

A primeira prova se passara, mas o pior estava por vir. Duas ainda faltavam e pelas informações que Serena havia dado e Celeste confirmado, nossos jovens só tinham cerca de sessenta dias terrestres para concluí-las com êxito agora que se passaram treze dos setenta e três dias que tinham no começo da Jornada, e isso não era muito bom para eles.
Ninguém dos cinco quis partir para o mundo dos vivos logo na primeira prova, pois seria uma burrice da parte deles, sendo que só teriam aproximadamente trinta e três por cento de chance de vida, apesar de quererem sair dele o mais rápido possível não poderiam correr o risco de morrer por um capricho.
Com a primeira prova concluída continuaram para o norte, sempre seguindo as Nuvens de Pandora, conhecidas neste mundo por cruzar os céus incansavelmente nesta direção, levando consigo várias notícias e espalhando-as por toda a parte em forma de chuva, era assim que tudo o que acontecia no Mundo das Cinco Luas era levado para todo o canto.
Estavam muito cansados depois que saíram da floresta e andaram durante oito dias sem descansar nada até que acharam uma cidade, onde decidiram passar a noite, não havia um ser com características humanas naquele lugar, sorte a deles que a aparência de todos que viviam no vilarejo não correspondia aos seus comportamentos, senão estariam totalmente mortos.
Encontraram uma espécie de taberna, e logo foram falar com o dono, este uma espécie de inseto cascudo, cheio de pernas, meio desengonçado, porém gentil como um gato ronronando. Quem tomou a palavra foi John que disse:
_ Senhor, eu e meus quatro amigos estamos procurando um lugar para dormir será que o senhor não tem alguns quartos livres.
_ Tenho dois quartos. Mas, desculpe a minha indiscrição, será que eu posso fazer uma pergunta?
_ Pode sim_ respondeu Helena horrorizada por estar conversando com um inseto.
_ É que ontem choveu aqui no vilarejo, e com a chuva veio a notícia de que cinco quase mortos conseguiram concluir a primeira prova, por algum acaso são vocês estes quase mortos?
Eles ficaram ressentidos em responder, aquilo poderia ser outra cilada de Serena, só que Marcos estava perdendo seu ar pessimista e respondeu sem medo do que lhes aconteceria:
_ Sim, somos nós os quase mortos que acabaram com Serena, salvaram a floresta de seus feitiços e assim concluíram a primeira prova da Jornada.
_ Então temos que fazer uma festa, são poucos os que conseguem passar da primeira prova tendo começado a Jornada treze dias antes, assim ficam mais próximos da última prova e de salvar a todos os que vivem neste mundo de desgraça.
_ Salvar todos os que vivem aqui? Mas, estas provas não são para salvar as nossas vidas?_ disse Roni com seu egocentrismo em alta.
_ São, se quiserem que sejam. Se decidirem partir ao concluírem a primeira ou a segunda prova só vocês poderão ter o descanso eterno, mesmo vivos ou mortos não viveram neste mundo de horrores, porém se concluírem todas as três provas além de continuarem vivos em seus mundos darão a todos que não conseguiram terminar a Jornada um descanso e não a escravidão num mundo onde a morte é a melhor escolha.
_ Então o senhor quer dizer que a felicidade de todos que vivem no Mundo das Cinco Luas estão em nossas mãos?_ pergunta Clarisse sentindo o peso da responsabilidade pairando sobre suas costas.
_ Como eu já disse só se quiserem que seja. Nós não queremos colocar esta responsabilidade em vocês, mas ficaremos muito gratos se fizerem isso, porém ainda ficaremos felizes se conseguirem viver livres da tirania de Dom Mortis.
_ É a segunda vez que escutamos esse nome, quem é esse tal de Dom Mortis?_ pergunta Marcos.
Para responder esta pergunta um outro ser surge por detrás dos nossos guerreiros falando numa voz de terror e medo:
_ Dom Mortis é o tirano e soberano do Mundo das Cinco Luas, é ele quem criou a Jornada para a Vida, tudo com o intuito de conseguir servos que o ajudam dando toda a sua energia infeliz, assim quanto mais sofrer e agonizar neste mundo mais poderoso Dom Mortis ficará.
_Antes de ele aparecer aqui_ contínua o pobre ser_ este mundo era repleto de alegria e felicidade, toda a mitologia do seu mundo virava realidade aqui, nós tínhamos fadas, unicórnios, sereias e outros seres, mas quando ele apareceu tudo isso acabou. A maioria das fadas se tornou decaídas, todos os unicórnios foram mutilados e esgotados por causa do seu sangue prateado detentor da vida eterna, e o que existe agora são só as sombras da agonia, os fantasmas degolados, as feiticeiras da noite eterna, as mortes ambulantes e outras feras e espíritos malignos, todos criados para atrapalhar os que caem neste mundo em que hoje só existe desgraça.
_ Então este mundo é a imaginação terrena que se faz realidade, portanto se morrermos ou não aqui, não fará falta alguma isso é só imaginação.
_ É o que vocês pensam, todos desta vila, menos eu, foram quase mortos como vocês, eles são os que não conseguiram concluir a jornada, mas se isso continuar durante alguns anos a imaginação e a realidade irão se fundir criando uma só dimensão onde claramente Dom Mortis será o soberano. Imaginação ou não o mundo real irá padecer deste se alguém não completar a jornada.
Os cinco e todos que estavam na taberna ficaram horrorizados com as palavras daquele centauro, John e seus amigos prometeram ficar até o fim da Jornada não só para salvar suas vidas e sim para salvar as duas dimensões, para salvar a Realidade e a Imaginação.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Uma jornada para a vida - Parte II: A primeira Prova

Vinte e cinco luas se passaram, e sempre para o norte, nossos desorientados amigos andavam na direção que Celeste havia apontado, andavam na direção de suas vidas.
_ Vamos parar para descansar pessoal, cinco dias andando sem descanso pode matar qualquer um, até um meio morto como nós_ disse Clarisse caindo ofegante no chão.
Nisso Roni retruca:
_Quanto mais cedo acharmos e concluirmos as provas, mais cedo estaremos em casa.
_ Mas se elas forem muito difíceis? Nunca teremos chances_ Marcos mostra imponentemente seu gênio pessimista.
_ Nós já estamos tão desanimados de cansaço, e agora você quer nos desanimar mais ainda?_ Fala Helena também já quase caindo.
_ Oh pessoal! Por um a lado o Marcos ta certo, como enfrentaríamos uma prova sendo que todos nós estamos quase morrendo?_ fala a vós da sabedoria do grupo, e essa vem de John impondo seu ar de líder acima do comportamento de todos.
Os cinco acham uma floresta densa e profunda, porém seu verde transmitia toda a tranqüilidade que eles haviam sentido na presença de Celeste, adentraram na mata fechada e logo acharam um lago cristalino onde iriam acampar naquela noite.
Repartiram as tarefas para ajudar no treinamento com suas armas:
Helena tinha que pescar os peixes, isso foi fácil para ela, era só fazer com que, telepaticamente, eles entrassem na rede; Marcos teria que montar o acampamento, com a sua Pulseira fez uma rocha gigante sair do interior da terra e rapidamente fez um sulco fazendo uma espécie de caverna onde os cinco iriam passar a noite, John ficou com o trabalho de pegar a lenha e do mesmo jeito que Helena fez, ele atraiu os galhos das árvores para o acampamento; os outros dois que sobraram tinham um trabalho fácil, porém não sem importância: um teria que ascender a fogueira e assegurar que ela não apagasse, esse era o trabalho do Roni; e por fim Clarisse tinha que assegurar que o tempo não mudasse uma chuva ou algo parecido iria acabar com o descanso dos cinco.
Já à noite, estavam todos reunidos ao lado da caverna esculpida pelas Pulseiras de Marcos, as luas estavam lentamente circundando todo aquele mundo tenebroso, até que quando uma delas se alinhou perpendicularmente à fogueira, ouviram a doce voz de Celeste:
_ Boa noite meus jovens, chegou a hora da primeira prova e a dica é a seguinte: “Encontrem o bem que está dentro do mal e o mal dentro do bem, continuem na floresta, este caminho lhes convém”
_ Celeste onde você está? Explique esta dica, não entendemos nada do que disse_ Marcos diz se levantando pelo susto que tomara com a voz de Celeste.
_Como vocês já devem bem saber todas as dicas serão enigmas ou pensam que vidas são baratas, e como já havia dito “vocês não me verão, ou só se eu quiser que me vejam”.
_ Mas Celeste, de só uma ajudinha para nós_ Marcos continua suplicando.
_ Não posso fazer mais nada, só desejar sorte para vocês.
As palavras de Celeste foram impregnando todo o pensamento dos jovens, tinham que rapidamente resolver o enigma da prova, suas vidas estavam em jogo.
Passaram a noite ainda na floresta, esta era a pista mais clara dentre as outras que Celeste deu naquela noite.
Quando o Astro Rei mostrou a sua face eles acordaram, levantaram acampamento e seguiram para o norte adentrando-se mais ainda na floresta densa.
Quando enfim chegaram numa clareira ouviram um som de súplica vindo do lado contrário a seus caminhos:
_ Vocês ouviram isso?_ Marcos diz medrosamente olhando para trás.
_ Alguém deve estar em perigo, devemos voltar para ajudar_ Helena diz querendo prestar socorro.
Roni, como sempre discordando das idéias de compaixão, retruca:
_ Não podemos voltar, não se lembram “sigam sempre para o norte”, aliás, acabamos de vir de lá com certeza não há ninguém precisando de ajuda senão nós veríamos antes não acham?
Após o discurso egocêntrico de Roni eles ouvem novamente um som e esse de uma fera selvagem prestes a atacar. Sem pensar duas vezes os jovens guerreiros voltam e encontram uma pobre garotinha sendo encurralada por um leão enorme.
_ Socorro! Me ajudem! Este Carnotoque quer me devorar_ diz a Garota a dois segundos de ser o lanche matinal de um Carnotoque.
_ Helena tome esse recipiente, ele está cheio de água_ diz Roni bolando um plano para afugentar a fera.
_ Ta certo, já entendi_ Helena pega o tal recipiente e o abre fazendo uma bola de água bem a sua frente.
_ Ainda tem pouca água! Marcos e John vão lá e distraíam aquele gato gigante, e Clarisse crie uma chuva_ ainda Roni concretizando seu plano.
Enquanto Marcos e John tentavam distrair o Carnotoque, Clarisse tentava criar uma chuva para que Helena tivesse mais água para o plano de Roni. Quando enfim a quantidade de água estava pronta ele usou o poder da sua Coroa e fez com que a bola de água, que Helena fez com a ajuda de Clarisse, se transformasse em chama crepitante e com ela fez o Carnotoque fugir.
_ Muito obrigado amigos, meu nome é Jasmim, estou presa a este mundo desde quando a minha quase morte foi decretada, com certeza são os cinco novos quase mortos de quem eu ouvi falar, não são?
_ Sim, mas como você sabe?_ pergunta Roni interessando-se pela garota.
_ Notícias ruins voam tanto na Terra como aqui.
_ Notícia ruim? Nós salvamos você e ainda nos chama de notícia ruim?_ Marcos, indignado com o mau agradecimento de Jasmim, retruca.
_ Nunca a vinda de alguém para esse mundo é uma notícia boa, só a partida recebe essa denominação, porém notícias boas são difíceis ou até impossíveis de acontecer.
_ Como assim? Quer dizer que sair desse mundo é praticamente impossível?_ pergunta Clarisse.
_ Dos poucos quase mortos que passaram pelas provas metade não passou nem da primeira, um terço não terminou as provas no tempo determinado e só os restantes conseguiram chegar até a ultima prova, pois todos os que tinham chances partiam após acharem a solução da segunda.
_ Eu escutei bem ou você disse que tem um tempo determinado para concluir as provas?_ retruca Helena.
_ É verdade, Celeste não disse nada sobre limite de tempo_ John confirma assustadoramente.
_ Isso você só descobre depois que o tempo passa, pelas minhas contas são trezentos e sessenta e cinco luas de tempo, levando em conta que a cada noite cinco luas cruzam o céu daqui, vocês tem em torno de setenta e três dias terrestres para concluir as três provas, sendo assim, vinte e quatro dias por prova.
_ Então desses setenta e três dias já usamos cinco, portanto ainda temos tempo de sobra para concluir as três provas sendo que já temos uma dica forte em relação a primeira_ John fala vangloriosamente.
_ Não é bem assim, apesar de terem a pista de que a primeira prova acontecerá nessa floresta, vocês terão um terreno de quatrocentos quilômetros quadrados cheios de feras como Carnotoques e outras para poder achar o bem que está no mal e o mal que está no bem_ Jasmim diz meio que jogando praga nos cinco jovens.
_ Espera aí, como você sabe da dica que a Celeste nos deu?_ Marcos mostra que o pessimismo não é o que entrava em vigor na sua mente.
_ Vejo que, por distração minha, vocês descobriram a minha identidade_ nestas palavras Jasmim sobe aos céus e todo o verde da floresta se tornou negro, vários Carnotoques rodaram os cinco e Jasmim desce num formato horrendo dizendo_ Meu nome é Serena, sou uma fada decaída e sempre que um quase morto começa a habitar o Mundo das Cinco Luas eu fico encarregada de atrapalha-los para que fiquem aqui e sejam servos de Dom Mortis.
_ O mal que está no bem? Nós já achamos a segunda parte da prova, mas só falta o bem que está no mal_ pela primeira vez Marco diz algo não desanimador.
_ Mas quem é o mal, quem nós julgamos como o malvado nessa prova?
_ O Carnotoque, com certeza um deles tem o bem dentro de si.
Quando Clarisse disse isso um dos monstros saiu em disparada na direção dos cinco, todos já estavam preparados para atacar, porém quando a criatura estava quase perto dos jovens deu um pulo indo diretamente até Serena que caiu. E Nisso toda a floresta se liberta do encantamento dela e os Carnotoques se transformam em vários animaizinhos que habitavam a floresta antes da Jornada começar.
Com todo o encantamento acabado, Serena se levanta e diz para os nossos guerreiros:
_ Desta vez vocês escaparam, mas prometo que nas próximas duas provas irão padecer em minhas mãos.
Serena some na imensidão do céu e nossos cinco amigos continuam a Jornada sempre indo para no norte.