Olá pescadores de plantão agradeço por passarem aqui no meu Lago dos Sonhos e peço pra que, se possível, vcs deixem comentários sobre os textos, afinal sem eles naum terá como eu saber se estão ou não gostando do blog.
Também se puderem, deixem seu e-mail para q eu possa agradecer os comentários e a visita.
Bjus e espero que gostem
ASS: Pescador de Sonhos
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sábado, 24 de outubro de 2009
Filho do caco
Nasceu de um caco
De vidro jogado do carro
E de lá foi valsando
Subia e descia em piruetas tenebrosas
Consumia tudo com seu valsar caliente
Dançava e não mais que isso
Sobre aquilo que o próprio acabou
O filho do caco jogado
Matou mil verdes,
Malhados, pintados
Morrendo sobre as
Cinzas que o próprio criou
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Norma culta
Queria ser um acento
para as tônicas ressaltar.
Expressar-me sem ter alguém
que rejeite meu expressar.
Seria eu uma proparoxítona,
pois sempre aparecerei.
Ou senão uma tônica omissa
no ditongo paroxítono "ei"
Queria ser um verbo
Para poder flexionar-me
De maneiras tão diversas
Quanto lagarta em metamorfose
Seria eu transitivo direto
Pois não preciso de companhias
Ou senão de voz passiva
Pois de guerras estamos fartos
Queria ser oração subordinada
Pois fui feito pra obedecer
Não ter sentido nem nada
Quando sozinho aparecer
Seria eu apositiva
Pois explicito toda verdade
Ou senão adverbial de negação
Já que ela não há nesta cidade
Queria ser um pronome
Pra representar os faltantes
Ser vice e entrar no lugar
Daqueles que já estão distantes
Seria eu possessivo
Pois tenho muitas posses
Ou senão ser oblíquo
Pra poder estar em mesóclase
Querer-te-ei mostrar
Que posso e sei ter classe
Que fui educado e tenho nome
E sei diferenciar uma epopeia
Da história de heroísmo
Deste amor que me consome.
sábado, 10 de outubro de 2009
Intemperismos
Já tive um coração de pedra:
Tinha a dureza do diamante
E a beleza do cascalho
A resistência de uma barra de ouro
E o valor de lascas de pirita
Não sentia o seu bater
Não sentia o seu doer
Não sentia seu existir
Nem sabia se ainda estava, ele, ali
Mas estava, existia, doía e batia
Me disseram, não acreditei
“Água mole, pedra dura, tanto bate até que fura”
As águas causam erosão, independentemente do estado físico
Os ventos desgastam as rochas, mesmo a pequena brisa
O seu amor lapida meu coração, ainda que seja ele feito da mais sólida solidão
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