Por mais que pensem ser eu
Aquele que aqui tem escrito
Não sou nem fui outrora
Nem posso enfim o ser
Por mais que no fim se assine
Com um memorável nome de vidro
Não sou eu quem o possui
Nem fui nem posso ser
E se com ele se assina
Não é para pensarem ser eu
Mas para que quebre na língua da moça
Que diz ao amante me ter lido
Ao sofrer com cacos perfurantes
Que feriam a carne de seu céu
A cada fonema articulado
E se se assina é só por isso
Pois não posso ter nome algum
Já que nem carne nem osso eu tenho
O sangue não me rubra a pele
Pois nem sangue nem pele eu possuo
Sou só éter na mente daquele
Dono do nome de vidro
Éter volátil, furtivo
Que como nos últimos versos presente
Condensado em líquido fluido
Se esvai, se perde, se some
Como agora que se assina em vidro.
Aquele que aqui tem escrito
Não sou nem fui outrora
Nem posso enfim o ser
Por mais que no fim se assine
Com um memorável nome de vidro
Não sou eu quem o possui
Nem fui nem posso ser
E se com ele se assina
Não é para pensarem ser eu
Mas para que quebre na língua da moça
Que diz ao amante me ter lido
Ao sofrer com cacos perfurantes
Que feriam a carne de seu céu
A cada fonema articulado
E se se assina é só por isso
Pois não posso ter nome algum
Já que nem carne nem osso eu tenho
O sangue não me rubra a pele
Pois nem sangue nem pele eu possuo
Sou só éter na mente daquele
Dono do nome de vidro
Éter volátil, furtivo
Que como nos últimos versos presente
Condensado em líquido fluido
Se esvai, se perde, se some
Como agora que se assina em vidro.