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ASS: Pescador de Sonhos



segunda-feira, 25 de março de 2019

Uma droga chamada amor


Se encontravam já há um tempo. Diriam que formam um belo casal, caso tivessem amigos em comum. Mas não, sempre vinham só e, ainda que fizesse certo tempo que se encontravam, talvez pensassem que ainda não era o momento de cada qual penetrar a bolha do seu parceiro.

Ainda assim eu diria isso. Ele sempre acalentado, recebendo ela no taxi, sempre com um abraço apertado que se soltava com sua mão deslizando pelo ombro. Ela sempre sorrindo ao vê-lo, descia quase sempre desesperada do taxi, talvez a vontade de estar com ele era grande, tanto que minutos depois do abraço ficava calma e numa alegria contagiante.

Vinham a mim pedindo sempre a mesma mesa, ali sentavam, trocavam conversa até o garçom os atenderem, faziam os seus pedidos, trocavam olhares, trocavam carícias, eram felizes.

Os meses foram passando e a rotina seguia sempre a mesma, uma ou outra vez fora bem diferente, pude perceber q havia dias em que havia desentendimento entre eles. A moça, nervosa, não dava espaço para conversa, para troca de olhares, não cheguei a notar a época, mas devia estar naqueles dias. As poucas vezes que isso aconteceu o encontro durava pouco, mas sempre no dia seguinte se encontravam novamente e a rotina seguia perfeita desde a descida desesperada, afogada no abraço até a saída regada a vinho.

Percebi que conforme o tempo passava seus encontros foram se tornando cada vez mais frequentes e a necessidade de ver seu par parecia aumentar na moça. Era como se ele fosse a droga que lhe faltava, um amor que aumentava a cada encontro.

Realmente era até bonito de se ver, queria eu um amor assim.

***

— Hoje você vai encontrá-la de novo?

— Sim, ela tem ligado com frequência pra mim. Acredito que esteja funcionando.

— Pelo que me conta, só pode ter funcionado. Não acredito até agora que ela não percebe os adesivos.

— Sleight of hand, meu caro. Colocar o adesivo é molesa, algumas das vezes posso ter perdido a chance, mas agora com a prática consigo sempre. Ainda acho que tirar ele é o mais difícil, mas agora que jah chegamos na quarta base toda vez que se vira para que eu tire seu sutiã, aproveito para aih, eliminar as provas -- disse piscando o olho para seu amigo que solta uma gargalhada e diz:

— Cara, se não te conhecesse tão bem, diria que você é um psicopata.

— Psicopata eu? Não, só sou um farmacêutico com um estoque ilimitado de adesivos de nicotina bem concentrados, testando uma hipótese. Não tenho culpa  de ela estar funcionando, nem dos frutos que tenho colhido disso.