Olá pescadores de plantão agradeço por passarem aqui no meu Lago dos Sonhos e peço pra que, se possível, vcs deixem comentários sobre os textos, afinal sem eles naum terá como eu saber se estão ou não gostando do blog.


Também se puderem, deixem seu e-mail para q eu possa agradecer os comentários e a visita.


Bjus e espero que gostem


ASS: Pescador de Sonhos



domingo, 26 de abril de 2009

O poeta ou o cão


Conversava com um cachorro
Como quem conversa com gente
O cachorro o olhava
Como quem olha parede

Um olhar penetrante
De companheiro fiel
Um falar atordoante
Da abelha que produz fel

Um falava de sua vida
De seus fatigados dias
O outro olhava para a vida
Como o poeta Gonçalves Dias

Um olhava o horizonte
E o via além dele
O outro falava do horizonte
Como se o limite fosse ele

Este falava com palavras
Que nem ele mesmo entende
Aquele olhava com olhares
Que a todos surpreende

Um olhava a natureza
E a mostrava como em aulas
O outro falava suas belezas
E tentava demonstrá-las

Um queria ser poeta
Mas não fazia por merecer
E o cachorro, coitado,
Era um poeta sem saber.

domingo, 19 de abril de 2009

Auto-antropofagia

(este poema é para aqueles que se maquiam e se mascaram escondendo o que na verdade são, ou seja a todos os seres humanos)




Duas pessoas dentro de um corpo
A que eu sou e a que eu quero ser

Enquanto esta eu conheço bem, pois moldo ao meu favor
E é a que você vê, já que a mostro explicitamente

Aquela ninguém nunca viu, uma vez que nunca a mostrei
E nem mesmo eu nunca vi, porque já a escondi de mim mesmo

Sofro esta luta interna
Meu corpo é um terreiro para rinchas de galo

No fim a que eu quero ser
É a vencedora final

Mas aquilo que eu sou
Está guardado dentro de mim, como fera enjaulada

E quando as grades enferrujarem
Até eu temo em nisso pensar

Não sei o que será daquilo que eu quero ser
Acho até que vou me auto-antropofagiar

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Era, o mundo, original




Houve eras antes da nossa,
era em que o novo era novidade.
Era o novo se fazendo presente,
O Original era verdade.

Houve eras em que cientistas
por suas teses brigavam.
Hoje eles nem existem,
as teorias se concretizaram.

Houve eras que quando falavam
ninguém no mundo havia falado,
Quando o discurso era direto
e pelo Original estavam fadados

Mas as eras se passaram
(Até que enfim a nossa era)
Onde eu falo um discurso mastigado
Que mastigam ao ser passado

Somos seres ruminantes
Nem digerimos informações
Numa era em que o F5
Atualiza nossas razões

Uma era baseada, derivada
Foram-se as eras primitivas
Somos apenas citações
De outras eras, advindas.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Entre




Entre a camada de ozônio e o núcleo fervente
há o planeta Terra
Entre o fio de cabelo e a pele morta dos pés
há um ser humano
Entre o ventre e o túmulo
há uma vida inteira
Entre o nascer e o pôr-do-sol
há um dia para se aproveitar
Entre um teto quente e um chão gelado
há uma humilde casa
Entre a primeira página do gênesis e a ultima do apocalipse
há o maior livro do mundo
E entre eu e você
só o amor, o amor mais profundo.