Olá pescadores de plantão agradeço por passarem aqui no meu Lago dos Sonhos e peço pra que, se possível, vcs deixem comentários sobre os textos, afinal sem eles naum terá como eu saber se estão ou não gostando do blog.


Também se puderem, deixem seu e-mail para q eu possa agradecer os comentários e a visita.


Bjus e espero que gostem


ASS: Pescador de Sonhos



segunda-feira, 2 de abril de 2012

Minha própria maldição


Procurei meu encosto poeta
E ele se foi
Dos canônicos aos undergrounds
E ele se foi
Na contemplação das coisas
E ele se foi
Nos fatos de minha simples vida

Exorcisou-se meu encosto poeta
Há anos não olho pras nuvens e vejo a areia azul se espumando com as ondas deste mar atmosférico
Há anos não vejo as serpentes gêmeas do rush noturno
Uma de um incandescente e sonoro vermelho a velozmente ir
E outra no seu singelo branco luzidio a vir

Há anos encosto poeta
Há anos sem sentir o prazer de ler aquilo que essas teclas que atraem os meus dedos escreveram
Mesmo que não minha alma, mas meu corpo a compôs

Há anos, meu encosto poeta, e justo hoje tomou meu corpo de mim
Justo hoje quando estou sem lápis, borracha
Sem a matéria-prima, que riscada pelo papel, deu à luz as obras de outrora
Justo hoje eu aqui, num quarto escuro amoitado, com uma leve penumbra a acariciá-lo
Penumbra formada em fronte meu rosto
Que num som de datilografia vai sendo levado, seguindo pixels incessantes a formar caracteres

Justo hoje, encosto poeta, tirou mim mesmo de mim
Pra com dígitos isso compor
Pra tão logo composto sumir
Atiçar a maldição de ser poeta ao acaso
A maldição de esperar que esse encosto poeta venha pra ir
Maldição de tentar escrever, para ouvir de dentro da sua mente, seu subconsciente afoito depois
[de procurar por todos os longínquos recantos dessa obscura massa cinzenta dizer
Que ele se foi