Dois rios cortaram minhas maçãs
Foram descendo até o queixo
Encontraram-se e caíram em cascata
Molhando-me o peito
E não cessava de jorrar
Como uma enxurrada que tudo leva
Que tudo lava
E não cessava de jorrar
Era um poço infinito
Que alagava de súbito
O meu triste chorar
Dois rios de encontro ao mar
Desciam e curvavam
E em cada curva deixavam
Um reflexo do meu chorar
E não cessava de jorrar
Como chuva que desce e leva
Que desce e lava
E não cessava de jorrar
Era um choro imundo
Era o choro do mundo
Em um só chorar
Dois rios estancados
Ainda corria em filetes
E deixavam em meu rosto
Marcas do seu passar
E cessou-se o jorrar
Com tua boca aveludada
Teu cheiro de avelã
E cessou-se o jorrar
Era eu e o teu humor
Era o teu amor e eu
Acabando com meu chorar
Foram descendo até o queixo
Encontraram-se e caíram em cascata
Molhando-me o peito
E não cessava de jorrar
Como uma enxurrada que tudo leva
Que tudo lava
E não cessava de jorrar
Era um poço infinito
Que alagava de súbito
O meu triste chorar
Dois rios de encontro ao mar
Desciam e curvavam
E em cada curva deixavam
Um reflexo do meu chorar
E não cessava de jorrar
Como chuva que desce e leva
Que desce e lava
E não cessava de jorrar
Era um choro imundo
Era o choro do mundo
Em um só chorar
Dois rios estancados
Ainda corria em filetes
E deixavam em meu rosto
Marcas do seu passar
E cessou-se o jorrar
Com tua boca aveludada
Teu cheiro de avelã
E cessou-se o jorrar
Era eu e o teu humor
Era o teu amor e eu
Acabando com meu chorar