Tudo estava monótono, na TV os mesmos programas que impediam as horas de passar. Na praça o tormento dos corvos na noite que chorava e a minha cabeça desligada do mundo. De repente, um som quebra o silencio da noite. O telefone toca. Ao mesmo instante levanto, sentindo uma frieza, um arrepio, pois a única pessoa que me ligaria, está morando a um quarteirão deste cortiço, a sete palmos do chão.
Quando atendo a surpresa ouço suspiros pausados pergunto quem é, mas incansavelmente os suspiros penetram na minha mente e ao cair um raio, uma luz invade a sala projetando uma sombra que me faz desligar o telefone.
Toda luz de um relâmpago é momentânea, mas essa impregnou-se em meus pensamentos, atordoando-me e acabei por desmaiar.
Enfim, as horas passam. Uma voz macabra persegue meu subconsciente. Acordo. Encontro rente a porta um estranho fisicamente irreconhecível, porém conheci seu suspiro pausado.
O interrogo com a mesma pergunta feita ao telefone e apenas ouço: Foi Você.
Recuando, eu dizia:
_Quem é você?
_ Aquele que pensava ser o seu melhor amigo_ responde o homem.
_ Não! Não pode ser, meu amigo morreu ontem em um assalto!
_ E por isso quero vingança, vingança por saber no meu ultimo suspiro que você era o mandante da minha morte…
Após a sua fala, a única coisa que vi foi um punhal se aproximando de mim e ofuscando a minha visão.
No susto, acordo. Em pensar que foi tudo um pesadelo. Senti-me aliviado e com a obrigação de visitar meu amigo no túmulo.
Perante o túmulo, minhas memórias de como foi o pesadelo se tornou a coisa mais real da face da terra: o punhal que no sonho me matara chorava sangue cravado no mármore negro daquela sepultura…
Um comentário:
Interessante a narrativa. Quando pensamos que houve o desfecho da história, deparamo-nos com mais um conflito...
Demorou para postar de novo, né jovem escritor?
beijão!
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