Olá pescadores de plantão agradeço por passarem aqui no meu Lago dos Sonhos e peço pra que, se possível, vcs deixem comentários sobre os textos, afinal sem eles naum terá como eu saber se estão ou não gostando do blog.


Também se puderem, deixem seu e-mail para q eu possa agradecer os comentários e a visita.


Bjus e espero que gostem


ASS: Pescador de Sonhos



terça-feira, 8 de julho de 2008

Amor-obsessão

Raios, trovões. Luzes que refletem sombras. Medo. Luzes instantâneas, momentâneas. Tudo conspirava com o estado mais pútrido da formação terrena naquele dia. Dia do mais puro ódio e rancor de minha perdida alma. Mas não vou me vangloriar por ter feito o que irei narrar, nem devo fazer tal coisa, já que qualquer outro homem poderia tê-lo feito, porém só a minha pessoa teve a infelicidade de fazê-lo.
Minha vida já foi pacata e sem pensamentos maquiavélicos. Um exemplo disso foi quando eu a conheci: seu corpo bronzeado pelo Sol do meio-dia, seu rosto recoberto pela beleza das ninfas gregas, suas curvas feito pétalas de uma rosa cristalina.
Eu caminhando pela praia sentindo o ar da pureza a vi sentada na areia. Vi meu coração parar no segundo que observei aquele olhar. Ela olhava o horizonte sorrindo, como quem vê um futuro lindo, como quem vê a felicidade voar como um pássaro em sua direção numa intensidade lenta e descompassadamente infinita. Mas com o tempo eu engaiolei aquele pássaro.
Começamos a nos encontrar depois daquele dia, meu coração se transformara em terra fértil, que a cada visita que ela me fazia era regado com doçura e, segundo ela, com a mais pura amizade já existida entre duas pessoas. Contudo eu não queria sua amizade, como eu seria amigo daquela que roubou meu coração. Como eu já disse, eu não queria a sua amizade, quem eu queria era ela.
O tempo passou. A terra fértil já dava flores e frutos, porém mesmo assim ainda era regada com a amizade. Uma amizade grande, tão grande que nela não havia segredos, tão grande que nela não havia desentendimento, e por essa amizade imensa, ela decidiu me apresentar seu namorado. Quando ela usou estas palavras, meu corpo gelou ao ponto de igualar-se a temperatura que ele está hoje, eu disse que não via a hora de conhecê-lo, contudo na terra fértil do meu coração brotaram ervas daninhas e chocaram ovos de diversas pragas a corroê-lo.
Fui ao encontro, era num restaurante. Várias pessoas jaziam no local, várias testemunhas de um crime que eu estava prestes a cometer, adiado por tão óbvias circunstâncias. Conversei calmamente com os dois, não poderia ser diferente disso. Ria, sorria e fazia rir. Ver os dois abraçados, conversar sobre o como se conheceram. Tudo ia as mil maravilhas, mas não para mim.
Aquela noite foi longa e outras vieram até a chuva cair. Chuvas litorâneas sempre são obscuras: ventos cortavam feito navalha; raios rasgavam o céu, logo remendados com a penumbra da velha noite; grossas nuvens avançavam mais rápido que o pássaro da felicidade.
No meu coração uma só planta ainda restara: uma árvore imensa plantada no momento que eu vi o meu amor, mas esta eu fiz questão de derrubar com minhas próprias mãos.
Antes de cair a tempestade, fui para a casa de minha até então amada, como fazia todo o dia. Conversamos durante horas, até ela olhar pela janela e ver aquela nuvem negra tapando o horizonte. Disse que seria melhor eu ir para casa. Fingi ter ido.
Ao cair o primeiro raio começaria a pior noite da vida daquela pobre garota destruidora de corações. Ouve-se o estrondo, até as lâmpadas dormiram com o susto do barulho. Vários outros trovões. Ela ficou sentada imóvel olhando a infinidade tapar seus olhos. Dos vários trovões um cai bem atrás de minha pessoa jorrando uma luz intensa para dentro do quarto. Toda a infinidade se transformara em quatro paredes tendo em uma delas, o meu reflexo.
Seu grito de espanto ecoa até hoje em meus pensamentos, era maravilhoso ver seu olhar de culpa, era linda a sua face repleta de medo, a forma que seu coração batia fazia eu me apaixonar ainda mais por aquele ser. Outros trovões caiam, nestes ela fechava os olhos como medo de outra aparição.
Chamei o seu nome, minha voz tomava um sentido macabro, não era mais eu que estava lá, então esse outro eu gemia o nome da minha amada. E essa por sua vez tentava andar na escuridão de sua casa. Esbarrar em objetos, e bater de frente a paredes, para ela se tornava normal.
Meu outro eu esperava minha amada vir a seu encontro, não queria fazer o mesmo que ela estava fazendo. Luzes mostravam o caminho da morte. Ela o seguia como se fossem as migalhas de pão de João e Maria. Migalhas mofadas e podres, que levavam a um destino mais podre ainda.
A chuva cessa, as luzes voltam em meia fase. Na cozinha um estojo de facas. Na cozinha o encontro final. Já cheia de hematomas devido aos tropeços da fuga, ela para em frente ao meu outro eu. Corre e o abraça.
Como foi bom aquele abraço. Como foi bom sentir a fúria daquele ser ao abraçá-lo. Sentir ofegante seu coração acelerado. Sentir o peso da arma branca em minhas mãos. Sentir a lâmina penetrar nas costas dela. Sentir os dentes do serrote cortando a grande árvore do amor.
Hoje sinto meu corpo estremecer com essa história. Sinto a minha alma queimar no inferno. Sinto o sangue de minha amada entrar em contato com o meu, na mesma lâmina daquela faca.

Nenhum comentário: